NALDOVELHO
E aquela menina dobrou a esquina,
na esperança de que em outra rua
ela fosse encontrar uma vida
que fosse melhor que a sua.
E assim andou por uns tempos
a descortinar caminhos,
fortunas, ternuras, carinhos
e quem sabe um lugar que fosse só seu.
Dançou como se fosse bailarina,
colecionou amores e dores,
teve que usar muitas armaduras,
foi atriz e meretriz.
Vivenciou muitas lágrimas,
foi rainha em muitos lugares,
perambulou por madrugadas incertas
e bêbada de solidão chorou mais uma vez.
E aquela menina, outro dia,
dobrou sua última esquina
e o fez com sua melhor vestimenta,
voltou para a rua que um dia fora a sua.
Parou em frente a sua velha casa,
entrou como se nada tivesse acontecido,
foi para o seu quarto, pegou suas
bonecas
e de lá nunca mais saiu.
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