NALDOVELHO
Dor de uma saudade
a sete chaves recolhida,
ao ser macerada em segredo
vira coisa ardida,
lágrima acariciada em silêncio
que volta e meia ameaça
e aí você disfarça, e diz:
vou ali e volto já.
Dor de uma saudade
lado esquerdo do peito,
com o tempo
vira cicatriz preferida,
envelhece por dentro,
e quando aquela música toca,
você perde o prumo, e diz:
vou ali fora fumar um cigarro.
Dor de uma saudade,
quando a noite invade,
tira do armário os fantasmas,
faz o cabra ficar amuado,
e aí ele bebe o vinho da
nostalgia,
escreve até um poema...
Se não gosta de poesia,
desliga o abajur e tenta dormir.
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