segunda-feira, 21 de julho de 2014

MEU TEMPO

   NALDOVELHO

   Eu vivo dentro do meu tempo
   e nele eu danço, penso,
   respiro, transpiro
   e morro um pouco mais
   a cada momento.

   Eu ando abraçado ao meu tempo
   e nele eu teço cantigas de amor
   num jeito todo especial sonhar.
   Mas ainda assim, meu tempo é ontem,
   e eu não me canso de caminhar por lá.

   Eu gosto de acariciar o passado,
   tolice de um poeta!
   que faz da palavra
   o seu fiel relicário,
   ferramenta de talhar na pedra
   versos de lua cheia,
   coisas que eu preciso semear.



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