Ela
cheirava a jasmim,
pele
branca pontilhada de sardas,
olhos
claros e assanhados,
voz
rouca e penetrante,
desavergonhadamente
sensual.
E
assim, ela se sentou abusada,
pediu
um Martine Bianco,
abriu
sua bolsa e tirou de lá
um
maço de cigarros.
Quis
saber se me incomodava,
justificou-se,
afirmando ser aquela
uma
de suas bengalas.
Perguntei
se existiam muitas outras,
ela
sorriu e disse: muitas mais!
Clara
da Lua Cheia,
de
uma noite friorenta de julho,
e
eu ali, naquele bar a apreciar os detalhes:
mais
ou menos um metro e sessenta,
corpo
bem delineado
numa
roupa fina e provocante,
cabelos
ruivos e ondulados,
e
um jeito de se mover
que
enlouquecia qualquer cristão.
Clara
da Lua Cheia,
que
mora ali adiante,
penúltima
casa a direita,
segundo
quarteirão,
no
sentido de quem desce;
aquela
assobradada!
Já
fui lá uma vez!
Pelo
visto, vou voltar outras mais,
muitas
mais!
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