NALDOVELHO
Aumenta o volume que isto é rock!
É música nas veias, é o tempo nas
ventas,
é a janela escancarada, é a vidraça
quebrada,
são os cacos espalhados pela sala,
é o amor derradeiro que ficou pra traz,
são feridas que sangram e doem demais,
são os espinhos espetados na palma da
mão,
são todas as minhas coisas espalhadas
pelo chão.
Aumenta o volume que isto é rock!
É saudade doída, é nostalgia ardida,
é a sede e a fome, é a loucura dos
homens,
é o incêndio da casa, é a urgência do
sonho,
é um monte de coisas que eu teimo e
proponho,
é a gargalhada indecente, é o suor, é a
semente,
é a lágrima indecisa, é a palavra
perdida,
são cicatrizes medalhas, tatuagens
queridas.
Aumenta o volume que isto é rock!
É espera, é demência, é necessidade de
um grito,
é ardência nos olhos, é a dor de um
aflito,
é rasgar as cortinas e profanar o
sagrado,
são palavras escritas no idioma errado,
é um animal enjaulado a escrever poesia,
e na tela da TV a cidade toda em chamas,
incendiei o meu mundo, mas não me esqueci de você.