NALDOVELHO
Cubram de flores o corpo desta criança
e gritem aos quatro ventos
que nela reside a esperança
e que a dor não se faz mais presente,
pois apesar de morta,
ela vive nos braços do Pai.
Cubram de flores o corpo desta criança
e gritem aos quatro ventos
que todos aqueles a quem ela salvou
deverão lhe fazer uma prece,
não de lamento ao que lhe restou,
mas de agradecimento
pela vida que ela lhes deixou.
E que de hoje em diante
façam constar das tábuas sagradas
um décimo primeiro mandamento,
um que condene a mais terrível das penas
quem indevidamente se disser mártir,
e a quem por ação ou descaso
disseminar entre nós a guerra,
o desamor e a incompreensão.
Cubram de flores o corpo desta criança
e que a partir desta e pelas demais
gerações
seu nome seja considerado sagrado e reverenciado,
pois santa deverá ser sempre a lembrança
do seu nome,
pois apesar de morta ela estará sempre viva
em todos os nossos corações.
E que se dê força de lei a este poema,
assim lhes determina loucura de um pobre
poeta,
que se recusa a abrigar em seu coração a
dor
do sacrifício desta criança,
pois hoje já consegue compreender
um pouco mais os desígnios do Pai.
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