NALDOVELHO
Nada é o que parece ser!
A janela que pensávamos viver aberta,
na maior parte do tempo nem janela é.
E a casa que pensávamos trancada?
Hoje sabemos que há muito
foi demolida, não nos restou nada!
Sabe aquele amor
que pensávamos derradeiro?
Se perguntarem a ela,
certamente, seremos apenas
uma vaga lembrança,
um passado distante,
nada que mereça permanecer.
Eu também não sou
o que sempre pensei ser,
mesmo depois de tantos anos,
sou ainda um esboço,
um aprendiz do que eu tinha de ser.
Nada é o que parece ser!
Estes versos, por exemplo,
não constroem na verdade
um bom poema.
Apenas um pálido esforço
de tentar compreender.
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