NALDOVELHO
Rosário de penas,
enfiada de versos,
e a cada verso uma pétala,
é bem verdade,
algumas sujas de sangue,
sempre existirão espinhos
e eles causam cortes,
às vezes, até hemorragias.
Alguns com o tempo
nem sangram mais...
O poema deixa seus rastros.
Parir versos é cicatrizar
feridas,
é curar entorses, lumbago,
prisão de ventre, espinhela
caída,
e se bobear:
até mordida de serpente.
É como ofício de boticário,
manipulador de palavras,
e a cada pequeno frasco um poema.
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