NALDOVELHO
Eu poderia estender minha mão
e tocar a linha do horizonte,
mas de que me adiantaria,
se do teu rosto eu continuaria
distante?
Eu poderia escrever mil poemas
e neles declarar aos quatro
ventos
o amor que eu amo,
mas de que me adiantaria?
Se ainda assim eu não poderia
pronunciar teu nome.
Eu poderia rasgar
tuas cartas, retratos, bilhetes,
fugir como se fora um covarde,
caminhar pela vida sem fazer
alarde,
mas de que me adiantaria?
Se ainda assim eu adormeço
e ao acordar permaneço um poeta.
Eu poderia me negar mil vezes,
cortar meus pulsos, eviscerar-me,
de que me adiantaria?
Se além de mim mesmo, sobreviveria
o amor que eu sinto, a dor que eu
tenho...
Não! De nada me adiantaria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário