NALDOVELHO
Minha saudade
mora no
canto do meu quarto,
às vezes,
assim do nada,
ela explode
e espalha
muitos cacos,
tantos, que
eu nem sei como fazer
para recolher.
Minha saudade
é passarinho
que fugiu do
ninho,
é roseira
frondosa
carregada de
espinhos,
é veneno que
não mata,
mas faz sofrer.
Minha saudade
é fruta
adocicada
de final
amargo,
é água
cristalina,
quanto mais
eu bebo,
mais eu me
embriago
de tanto bem
querer.
Minha saudade
é farpa
espetada,
é unha
encravada
é casquinha
de ferida,
e eu passo
um tempo enorme
escarafunchando,
poesia que me traz prazer.
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