NALDOVELHO
Longe das minhas verdades,
a palavra sorri libertada
no encantamento do verso,
na coragem do amor derradeiro
de quem se atirou por inteiro
ao arrepio do precipício
e por um mero capricho da sorte,
sobreviveu.
Longe das minhas verdades,
a palavra busca um rumo
no aconchego de um rascunho
e na tentativa de destilar a
saudade,
se miscigena, promíscua de outras
verdades,
e na esperança de um alento
grita aos quatro ventos
o nome do meu amor.
Longe das minhas verdades,
a palavra é faca afiada
a sangrar a madrugada,
e ao fatiar meu corpo em postas,
lágrima se mistura com orvalho,
e eu amanheço com olheiras,
noite inteira a procura de um
poema
que possa exorcizar esta dor.
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