NALDOVELHO
Caminhando pelas minhas vontades
eu visitei
puteiros, vespeiros,
lugares ermos
solitários,
becos sombrios
e fedorentos,
amei mulheres
estranhas,
me apaixonei
por inteiro,
vi meu corpo
retalhado,
maldita e afiada navalha,
não perdi
uma gota de sangue.
Caminhando pelas madrugadas
eu percorri trilhas
de desassossego,
bebi toneis
de aguardente,
fumei muitos baseados ,
seduzi e fui
seduzido
por uma formosa
sereia,
até hoje
corre em minhas veias
o veneno que
eu bebi em seus lábios,
história que
eu ainda não contei.
Caminhando
pela poesia
eu descobri a
magia das águas,
aprendi a me reconstruir
nos escombros,
a encontrar um
jeito de voltar,
a submeter
minhas vontades,
a vencer
minhas paixões,
a amanhecer
e colher na luz do sol
o milagre da
restauração,
a continuar
mesmo depois do meu fim.
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