domingo, 4 de dezembro de 2011

QUANDO EU ME APERCEBO (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Quando eu me apercebo
   de tua presença e aconchego,
   ponho-me a explorar teus contornos,
   só para sentir minha pele em fogo
   e o meu coração em descompasso,
   pois tudo o que eu tento ou faço
   resume-se em estar perto de ti,
   só para sentir teu cheiro
   e ao meu toque arrepiar-te os pêlos,
   pois quanto mais eu me perco em carícias,
   mais forte ficam os laços,
   essencialmente o prazer.

   Fico a perambular pelo teu corpo
   a buscar dobras e fendas,
   a encher minhas mãos com os teus seios,
   apertá-los assim por inteiro
   até sentir escorrer por tuas costas,
   teu suor e molhar meu peito,
   para depois sugar de ti o alimento,
   vinho branco, licoroso e denso
   e me embriagar até não mais poder.

   Não... ainda é cedo!
   Pois estar em ti é um direito
   que eu preciso saborear bastante
   antes de poder exercer.
   Pois quero ainda aumentar o delírio,
   o desejo, o latejar compulsivo,
   ver em teus olhos a entrega, o eu preciso
   do que os meus lábios oferecem sedentos
   aos teus outros lábios molhados, sagrados,
   pois aí, mora o tormento e o encanto,
   testemunhas que em determinado momento
   denunciam pela abundância e espasmos
   a certeza de um intenso orgasmo
   que eu fui capaz de te trazer.

   Aí sim, penetrar-te suave e premeditado,
   e lentamente levar-te a uma nova viagem
   que ao terminar nos deixará abraçados,
   adormecidos em simbiose perfeita,
   pois ao acordarmos, ainda quero estar
   abusadamente dentro de ti.

3 comentários: