É
ovelha desgarrada
em
pele de lobo, escondida,
a
caminhar pela esplanada
e
pelos atalhos desta vida;
é
alma fugitiva
dos
despenhadeiros e abismos,
é
vento que venta ao contrário
e
enlouquece o cata-vento,
é
farol que ilumina por dentro
e
que na madrugada explode
em
luzes douradas, tão cálidas,
a
guiar meu espírito sedento
na
busca de um novo abrigo,
porto
seguro na arrebentação.
É
lua cheia e feitiço
que
desfaz tramas e dramas,
e
acende pelo caminho o chama
que
irá aquecer corações;
é
flor que brota inquieta
por
entre pedras, cascalhos,
é
maré cheia em ressaca,
e
entre o mar e o rochedo,
o
atrito da depuração;
é
cristal lapidado, conflito,
energia
e renovação;
é
quem me faz ser um escolhido
para
em breve seguir viagem,
num
novo degredo e desterro,
aprendiz
que sou da minha dor.
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