NALDOVELHO
E eu sabia daquele homem
que gostava de ficar esquecido
no silêncio do seu quarto.
Homem estranho aquele!
pois por mais que lhe dessem
boca,
não falava,
que por mais que lhe pusessem
olhos,
não enxergava,
que por mais que lhe emprestassem
ouvidos,
não escutava.
Só quando queria...
E aí ninguém entendia!
Outro dia ao andar pela rua,
percebi que ele me olhava,
e de repente um longo
assovio...
E pássaros em sua janela
pousavam.
Homem estranho aquele!
que parecia não ter boca,
mas com os pássaros
conversava.
E o que será que ele falava?
E dos pássaros, o que ele
ouvia?
E eu sabia daquele homem
que gostava de ficar em
silêncio
nos esquecimentos do seu quarto.
Homem estranho aquele!
que nem morrer direito sabia,
pois por mais que lhe
dissessem quando,
ele não acreditava,
que por mais que lhe dissessem
onde,
ele nem ligava, e dizia:
que só morria quando queria.
E o que ninguém percebia,
é que mil mortes ele morreria
antes que compreendessem sua agonia.
E eu sabia daquele homem
que falava a língua dos
pássaros
e gostava de escrever poesia.
Homem estranho aquele!
O estranho pode ser belo...E nos cativar.... Beijo!
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