NALDOVELHO
E me trouxeram aquela
nascente,
que sem mais nem menos
se transformou em rio
de muitas vertentes,
algumas de águas tão calmas,
outras, de águas de enchente.
Mas havia sempre aquela
que volta e meia
inundava meu quarto
e não havia nada
que eu pudesse fazer.
E me trouxeram aquela lua,
que por ser ainda menina
gostava de brincar de roda,
só que sem mais nem menos
a lua que eu tinha cresceu
e hoje ocupa todo espaço,
e ao derramar pela janela,
ilumina tudo o que eu faço
e faz com que meus versos
pareçam
contaminados de lua cheia.
E me trouxeram aquela paixão,
e com ela construí castelos de
areia,
só que sem mais nem menos
vieram as corredeiras e nada
me restou.
Hoje o que ficou foi a saudade
que volta e meia inunda o meu
quarto
e não há nada que eu queira
ou possa fazer.
E me trouxeram o tempo,
e com ele a dança das águas,
o sangue coagulado,
os corte cicatrizados
e a certeza de que de repente
eu vou desaguar no mar.
Só que ainda assim,
levarei meus versos de lua cheia,
pois é o que de melhor
eu sei fazer.
E o faz muito bem!
ResponderExcluirParabéns!
um dos seus melhores poemas, meu amigo! :)
ResponderExcluirabraços meus
jorge vicente
E o faz lindamente!!!
ResponderExcluirLindo demais esse poema , como todos os demais ...
ResponderExcluirAbraço