quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PALAVRAS (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Palavras poucas permanecem em silêncio,
   palavras loucas permanecem perdidas.
   Já não são tantas as dores,
   muitos, porém, os temores,
   pois ainda existem dívidas
   e tem sempre alguém querendo cobrar.

   Palavras afiadas já não causam feridas,
   já não é tão frágil o homem tolo
   e a pele, pelo uso, já virou couro,
   já não sou tão fácil de sangrar.

   Palavras roucas permanecem sussurradas,
   ainda são muitos os meus segredos,
   nomes, vivências, atalhos, lugares,
   coisas que eu não devo revelar.

   Palavras novas são sempre bem vindas,
   novas imagens, idéias, linguagens,
   haverá sempre o que aprender
   e o amanhã foi feito para nos surpreender.

   Palavras tantas, ricas, sagradas,
   palavras histórias, romances, poemas,
   palavras escolhas, palavras são temas,
   palavras respostas aos meus teoremas.

   Palavras carinho de aconchego e amor,
   palavras preciosas, estradas, caminhos,
   às vezes escassas, melhor que adormeçam,
   quem sabe descansadas possam de novo falar?

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