NALDOVELHO
Em torno daquela mesa,
cadeiras dispostas, vazias.
Na sala, pessoas de todas as
raças,
inclusive as mestiças.
O jantar servido
e ninguém se habilitava,
apesar da fome,
parece que não entendiam.
Na cabeceira da mesa
uma corbelha de rosas vermelhas
infestadas de espinhos.
Do lado de cada prato um punhal
fincado
e uma taça cheia de sangue.
Em torno daquela mesa
cadeiras dispostas, vazias.
Na sala, as pessoas tentavam se
comunicar,
cada uma em seu idioma
e ninguém se entendia.
Uma mais audaciosa resolveu
sentar,
serviu-se da comida,
bebeu rios de sangue,
arrotou seu bem estar.
As outras levadas pela excitação,
resolveram imitar.
E beberam todo o Seu sangue
e comeram toda a Sua carne,
mas ainda assim não se entendiam,
cada uma no seu idioma,
cada uma com seu bem estar.
Mas a cadeira posta à cabeceira da
mesa
permaneceu vazia,
ninguém ousou se sentar!
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