domingo, 6 de novembro de 2011

SEMPRE VALERÁ À PENA (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Há sempre uma parede precisando ser derrubada,
   uma porta pronta para ser aberta,
   uma janela pedindo para ser escancarada,
   um louco querendo ser libertado,
   um demônio a ser exorcizado,
   um novo tropeço em algum ponto da estrada.

   Há sempre uma lágrima precisando ser chorada,
   uma saudade espetando nossas entranhas,
   um velho amor pedindo para ser lembrado,
   uma ferida querendo ser tratada,
   uma palavra pronta para ser ofertada
   num poema que implora para ser escrito.

   Há sempre um fio precisando ser desembaraçado,
   um segredo querendo ser revelado,
   um mistério pronto para ser desvendado,
   um enredo a ser esmiuçado,
   uma trama a ser desfeita,
   uma verdade a ser compreendida.

   Há sempre uma chama querendo ser acesa,
   e uma outra precisando ser apagada,
   há sempre a possibilidade de um novo amor,
   e com ele o risco de se sofrer,
   há sempre uma esperança florescendo em meu quarto
   pois sempre valerá à pena amanhecer.

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