NALDOVELHO
Imagens suaves ao traçar um esboço.
Na tela o teu sorriso
vai tomando forma e gosto,
vai tomando forma e gosto,
recriar teu rosto em todos os
contornos...
É o meu jeito de dizer o quanto
eu te amo, te quero e preciso.
Diferentes matizes
e ainda um pálido esforço.
e ainda um pálido esforço.
Retratar-te é o meu vício,
não consigo parar!
não consigo parar!
Olho para o espelho
e vejo o meu rosto,
e vejo o meu rosto,
já não tenho vinte anos,
quantas marcas, enganos...
quantas marcas, enganos...
Vou até a janela
e lá fora é novembro.
e lá fora é novembro.
Imagino-te tão bela,
miragem, oásis,
miragem, oásis,
e ao acreditar em magia,
materializo-te em meu quarto.
Na tela eu já percebo
um carinho absurdo,
um carinho absurdo,
e uma saudade ardida
como pano de fundo.
como pano de fundo.
O cigarro entre os dedos,
só falta um conhaque.
só falta um conhaque.
Conhaque eu não posso,
fumar também não...
fumar também não...
Só não consigo parar!
Talvez se deste quadro
tu saltasses da tela
tu saltasses da tela
e ao enlaçar-me em teus braços
me desse abrigo,
me desse abrigo,
fazendo-me querido
e de fundamental importância,
e de fundamental importância,
quem sabe então o tempo
arrependido pelos estragos
arrependido pelos estragos
parasse de passar
e deixasse voltar de presente
e deixasse voltar de presente
o nosso passado...
Tua imagem na tela
já se faz quase pronta,
já se faz quase pronta,
alguns poucos detalhes,
delicados momentos.
delicados momentos.
Pouca coisa nos falta
para que concretizado este quadro
para que concretizado este quadro
possamos ficar nos olhando:
eu aqui, só, neste quarto,
eu aqui, só, neste quarto,
preso as minhas nostálgicas
lembranças
e a esperança de reviver nosso amor.
Que amor tão bonito, tão sereno, que poema tão maravilhosamente conseguido...
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