NALDOVELHO
O tempo que existe em mim
pulsa de um jeito diferente
do tempo de toda essa gente.
Às vezes arrastado como um bolero,
em outras, ardido como um tango,
tem dias que ele pulsa maldito
como se fora um blues,
ainda bem que quase sempre
ele tem leveza de uma valsa.
No tempo que eu tenho
lágrimas escorrem quando eu me emociono,
o sorriso tem a delicadeza de um carinho
e o carinho é joia rara a ser ofertada
toda a vez que o amor supera a paixão.
O tempo que existe em mim
é poema que eu não consigo escrever,
pois toda a vez que eu tento
ele pulsa patético como quem
ainda tem muito que aprender.
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