NALDOVELHO
Lembro bem da cantiga de ninar...
Bênção mãe, bênção pai!
Dorme com Deus meu filho!
E eu a sonhar com um trenzinho sem trilhos,
caixinhas de fósforos amarradas com um barbante,
e numa velha caixa de sapatos
a estação de partida era
ao mesmo tempo a de chegada...
Eu atravessava rios, lugares ermos,
serpenteava por vales
que se perdiam na eternidade,
pernoitava em solitárias cidades,
e ao amanhecer:
limalha de ferro em minhas veias,
nos pulmões o carvão até hoje queima,
e no meu coração ainda sinto saudade.
Lembro bem da cantiga de ninar...
Mãe deixa a luz do quarto acesa;
e você respondia que não!
Que eu dormisse tranquilo
pois o Menino Jesus iria me olhar,
e hoje quando fecho os olhos
ainda brilha uma luzinha azul
junto à Sua imagem no colo de Maria
na entrada do quarto.
Não sei nem dizer o porquê,
mas até hoje eu acredito em Você!
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