NALDOVELHO
Diga-me quantas estrelas
você conseguiu colher
antes do alvorecer?
Quanta saudade
conseguiu guardar
nas trilhas de me esquecer?
Quantas lágrimas,
quanta nostalgia,
noites inteiras
passadas insones?
Mostre-me o poema
que você escreveu
ao sussurrar meu nome.
Conte-me da lua pequenina,
lua nova menininha,
que você acolheu
em seus braços
e que quando crescidinha,
lua cheia de magia,
você libertou.
E eu direi que em mim,
sobreviveu a loucura,
o escândalo, a ternura,
que ainda sinto o seu cheiro
e sinto o tempo inteiro,
que até hoje na gaveta
da mesinha de cabeceira
eu guardo a calcinha rendada
que de sacanagem você esqueceu,
que mantenho o seu retrato
na terceira prateleira,
lado esquerdo da estante,
e que ele sorri toda a vez
que eu escrevo um poema,
e que aquela maldita música
ainda soa em meus ouvidos,
e não há nada que eu possa fazer.
Menino, você me encanta! Lindo!
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