NALDOVELHO
Por estas paragens desertas
manhãs derramadas incertas,
caminhos sombrios, solitários,
de vento que venta ao contrário
e dissemina o outono em minha vida,
cicatrizes antigas feridas.
sentimento de coisa sem dono,
rei deposto, sem pátria e sem trono,
emoção descabida, muitos sonhos,
e eu assim como se fosse um estranho,
pergunto ao tempo o porquê,
e ele responde que é como tinha de
ser.
Um coração que só sabe bater afrontado,
um trem que só anda atrasado,
já estou faz tempo nesta estação
e ainda toca aquela maldita canção...
a que fala de dias nublados e
friorentos,
mas se queres saber eu ainda
aguento
caminhar por estas paragens desertas,
dobrar esquinas silenciosas, incertas,
cultivar palavras de dissipar
tempestades,
dizer que eu te amo apesar da
saudade,
e que a esperança aumenta mais a
ansiedade...
Palavras poemas, bobagens, minhas verdades.
O que falta ser dito afinal?
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