domingo, 28 de maio de 2017

O QUE FALTA SER DITO AFINAL?

    NALDOVELHO


    Por estas paragens desertas
    manhãs derramadas incertas,
    caminhos sombrios, solitários,
    de vento que venta ao contrário
    e dissemina o outono em minha vida,
    cicatrizes antigas feridas.
    sentimento de coisa sem dono,
    rei deposto, sem pátria e sem trono,
    emoção descabida, muitos sonhos,
    e eu assim como se fosse um estranho,
    pergunto ao tempo o porquê,
    e ele responde que é como tinha de ser.

    Um coração que só sabe bater afrontado,
    um trem que só anda atrasado,
    já estou faz tempo nesta estação
    e ainda toca aquela maldita canção...
    a que fala de dias nublados e friorentos,
    mas se queres saber eu ainda aguento
    caminhar por estas paragens desertas,
    dobrar esquinas silenciosas, incertas,
    cultivar palavras de dissipar tempestades,
    dizer que eu te amo apesar da saudade,
    e que a esperança aumenta mais a ansiedade...
    Palavras poemas, bobagens, minhas verdades.


    O que falta ser dito afinal?

Nenhum comentário:

Postar um comentário