NALDOVELHO
Suave é a noite que
transpira outono,
mês de maio que me
abre a janela,
destila em poemas
meus sonhos,
dá brilho a saudade
que eu sinto dela,
diz que nostalgia é
coisa à toa,
e inconveniente
como ela só,
nem pede licença, diz
que veio para ficar.
Suaves são os acordes
do meu violão,
canção, toada,
cantiga de ninar,
que acariciam meus
ouvidos,
dão sentido aos meus
versos,
e seduzem lua cheia que
se aprochega da janela,
e me pede para
entrar,
diz que traz a cura
dos meus males,
mas ela mente!
É só mais uma dose de
veneno,
que eu vou ser
obrigado a tomar.
Suaves são os
amanheceres de maio,
a noite já foi
embora,
deixou em minha cama
seu cheiro,
perfume inconfundível
de lua cheia,
travesseiro amassado,
jogado num canto,
lençóis e fronhas
molhadas,
e a cidade ignora
meus versos,
meus cortes, minha saudade,
meus sonhos,
e diz que já é hora
de acordar.
Saudade desses versos ditados por uma alma intensa e bela. Alma de um bardo que nasceu para brilhar à luz da poesia!
ResponderExcluirEsteja bem, querido amigo. Sua fã, sempre.