NALDOVELHO
E existia em mim um menino
que sabia palavras de iluminar
caminhos,
e os dias eram coloridos e
perfumados,
e as noites pontilhadas de sonhos.
O tempo passou e o menino cresceu,
aprendeu palavras outras,
algumas bastante sombrias,
tais como amargura e melancolia.
Mas ainda assim o menino resistia,
e só de molecagem insistia
em brincar como quem navega
em rios de irrigar poesia.
E nas noites de inquietude e abandono
povoadas de solidão e insônia,
o menino trabalhava a palavra magia,
e depois em seu leito de sonhos,
dormia.
Há tempos o menino em mim envelheceu
e seus dias já não são tão coloridos;
pele áspera, olhos cansados,
nostalgia,
mas ainda assim ele brinca em rios de
irrigar poesia.
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