terça-feira, 26 de janeiro de 2016

CIGARRO ENTRE OS DEDOS

    NALDOVELHO

    Atrito, faísca, fogo!
    O cigarro aceso entre os dedos
    esconde meus medos.
    Fumaça é feito neblina,
    confunde a visão, esconde tessituras,
    ameniza amarguras, alucina.
    
    Se a noite que eu tenho é escura,
    será a brasa do meu cigarro
    candeeiro aceso a iluminar caminhos?
    Depois, quantas vidas terei de viver?
    Quantas dores terei que sofrer?
    Quantas mortes terei que morrer?

    Atrito, faísca, fogo!
    Até hoje eu sinto medo,
    até hoje eu percebo a neblina,
    já não fumo faz tempo,
    mas a poesia que eu tenho
    ainda não dissipou a escuridão.


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