NALDOVELHO
Entardece e luz da lua brota
por de traz daquela montanha,
malas repletas de esperanças
tamanhas,
um coração cheinho de cicatrizes,
mas que ainda crê em finais felizes.
Um café coado com carinho,
uma vontade enorme de semear
caminhos,
colher outonos e neles refazer meus
planos,
acreditar na suavidade da palavra
sonho
e na delicadeza a que me proponho.
O mês de março é ótimo para se
recomeçar.
E assim a vida me abraça por inteiro,
brisa macia que me acaricia e desfaz
meus medos,
e a noite me envolve e se apodera dos
meus passos,
desfaz dores, desencrava poemas, alivia o meu cansaço.
Instante mágico molhado de poesia.
Luz da lua já vai alta em minha
cidade,
noite que avança, prenúncio de
madrugada,
e aquela música ainda soa em meus
ouvidos,
trilha sonora ideal que embriaga os
meus sentidos.
Já é madrugada, lá fora o orvalho,
vício antigo!
Dizem por aí que lirismo está morto,
Sei não! Pelo menos em mim eu sei que
não.
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