domingo, 10 de janeiro de 2016

LIRISMO

    NALDOVELHO

    Entardece e luz da lua brota
    por de traz daquela montanha,
    malas repletas de esperanças tamanhas,
    um coração cheinho de cicatrizes,
    mas que ainda crê em finais felizes.

    Um café coado com carinho,
    uma vontade enorme de semear caminhos,
    colher outonos e neles refazer meus planos,
    acreditar na suavidade da palavra sonho
    e na delicadeza a que me proponho.
    O mês de março é ótimo para se recomeçar.

    E assim a vida me abraça por inteiro,
    brisa macia que me acaricia e desfaz meus medos,
    e a noite me envolve e se apodera dos meus passos,
    desfaz dores, desencrava poemas, alivia o meu cansaço.
    Instante mágico molhado de poesia.

    Luz da lua já vai alta em minha cidade,
    noite que avança, prenúncio de madrugada,
    e aquela música ainda soa em meus ouvidos,
    trilha sonora ideal que embriaga os meus sentidos.
    Já é madrugada, lá fora o orvalho, vício antigo!

    Dizem por aí que lirismo está morto,
    Sei não! Pelo menos em mim eu sei que não.

  

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