NALDOVELHO
E eu sentia
aquele rio
a correr
dentro de mim,
e ele corria
apressado
a lapidar
arestas e pedras,
a causar
sofrimentos e esfregas
em batalhas
que eu nunca pude vencer.
E ele provocava
tantos atritos
na pretensão
de semear suas verdades,
destruía em
mim povoados inteiros,
e em suas
margens deixava detritos,
sonhos
transformados em escombros,
coisas que
eu não fui capaz de compreender.
Eu ainda sinto
este mesmo rio,
só que em
mim ele agora corre macio
e na trilha
dos meus desfiladeiros
ele hoje me
permite ser mais inteiro
nos caminhos
que constroem o meu destino,
perder a minha melhor batalha,
morrer uma
última vez de mim mesmo
para poder
renascer em Você.
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