NALDOVELHO
Toda
a vez que uma porta se abre,
uma
outra atrás de nós se fecha
e
o que por lá existia,
passa
a viver nas lembranças,
não
dá para voltar atrás.
Toda
a vez que a luz do sol acontece,
a
lua se recolhe numa prece,
pede
proteção para os seus filhos,
pois
é mais raro a cada dia
encontrar
pessoas que cultivem a Paz.
Toda
a vez que pássaros invadem a sala
a
casa fica numa algazarra danada,
conversa
sagrada de anjos
que
trazem notícias dos longes,
umas
alvissareiras, outras tristes demais.
Toda
a vez que caminho pelas ruas,
percebo
um mundo de incoerências,
pessoas
anestesiadas por dentro,
mal
sabem disfarçar o sofrimento,
na
verdade, desesperançadas demais.
Toda
a vez que uma porta se fecha,
sem
que percebamos, outras se abrem,
e
a velha senhora a entrelaçar enredos
estabelece
um mundo de possibilidades,
umas
alvissareiras, outras tristes demais.
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