NALDOVELHO
Na
beira do despenhadeiro
crianças
brincam de roda,
mulheres
amamentam seus filhos,
homens
constroem abrigos,
fantasmas
nos tiram o sossego,
personagens
escondem seus medos
e
o tempo é o nosso carcereiro.
Na
beira do despenhadeiro
românticos
escrevem poemas,
filósofos
desfiam novelos,
bordados,
mandalas, enredos,
espinhos
sangram as flores
e
o eremita que a tudo observa,
desfaz
toda a trama e sorri.
Na
beira do despenhadeiro
muitas
passagens, descobertas,
algumas
povoadas de sonhos,
outras,
pesadelos tamanhos
e
aquela senhora em seu terço
chora
a morte do seu filho,
caminhos
de ir e de vir.
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