domingo, 8 de dezembro de 2013

NA BEIRA DO DESPENHADEIRO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

    NALDOVELHO

    Na beira do despenhadeiro
    crianças brincam de roda,
    mulheres amamentam seus filhos,
    homens constroem abrigos,
    fantasmas nos tiram o sossego,
    personagens escondem seus medos
    e o tempo é o nosso carcereiro.

    Na beira do despenhadeiro
    românticos escrevem poemas,
    filósofos desfiam novelos,
    bordados, mandalas, enredos,
    espinhos sangram as flores
    e o eremita que a tudo observa,
    desfaz toda a trama e sorri.

    Na beira do despenhadeiro
    muitas passagens, descobertas,
    algumas povoadas de sonhos,
    outras, pesadelos tamanhos
    e aquela senhora em seu terço
    chora a morte do seu filho,
    caminhos de ir e de vir. 

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