quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ESTE MALDITO BOLERO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   A loucura, o suor, suas sardas,
   seus seios abusados provocam  
   o arrepio que assola minha pele,
   as dobras, suores, assombros,
   sua boca a extrair do meu corpo
   um orgasmo convulsivo, nervoso,
   sou fantasma aprisionado em seu cio
   e na poesia de um encontro obsceno,
   no seu cheiro misturado ao meu cheiro,
   em nossas pernas trôpegas e embaraçadas,
   num vai e vem cada vez mais apressado
   desta coisa ardida de um quero não quero,
   e eu ainda escuto este maldito bolero,
   e me lembro de última dança,
   e por mais que eu disfarce fico excitado,
   madrugada de setembro em segredo,
   sentimentos escondidos no armário,
   seus retratos, cartas, poemas,
   vez por outra ainda pego e choro
   a saudade que eu sinto de você.


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