sábado, 23 de novembro de 2013

A PALAVRA PERDIDA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   Busco uma palavra perdida, faz tempo,
   entre tantas que eu deixei de falar,
   uma lágrima chorada pra dentro
   por conta de um arrependimento,
   um adeus dito da boca pra fora,
   e eu juro que tentei ir embora,
   mas o trem resolveu não passar.

   Busco uma palavra macia
   capaz de resgatar em mim a magia
   do carinho que eu neguei ofertar,
   de uma história não escrita,
   de um sorriso tristonho e arredio,
   de um poema escondido no armário,
   de uma janela que eu não consigo encontrar.

   Busco o meu amor derradeiro,
   ainda preservo em meus dedos o seu cheiro,
   na mesinha de cabeceira o seu retrato,
   e não raro escuto os seus passos,
   e por tê-la aconchegada em meus sonhos,
   temo que qualquer dia desses
   eu não queira mais acordar.

   Busco uma tarde chuvosa de outono,
   uma música visceral e profana,
   saxofone, contrabaixo e piano...
   Eu queria dizer tantas coisas,
   eu queria mostrar os meus livros,
   e a quantidade de poemas sofridos,
   por conta da palavra que eu deixei de falar. 

13 comentários:

  1. Ai, que maravilhoooooooooooooooooooosooooooooooooooooo, Naldo Velho, inspiradíssimo, amei, bjssssss

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  2. Gostei de ler Naldo! Bem escrito (aliás, como sempre). Boas inspirações hoje e sempre e: Viva a Poesia!

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  3. Também tenho uma palavra perdida,sempre a espero de mim mesma...Que lindo poema meu Poeta!

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  4. Olá amigo...quando o poeta perde a palavra, é justamente quando ele traceja os versos mais profundos.....feliz domingo......abreijos

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  5. Perfeito e pleno!
    Adorei amigo meu...Parabéns!
    Um lindo domingo e grande abraço.

    " Busco o meu amor derradeiro,
    ainda preservo em meus dedos o teu cheiro,
    na mesinha de cabeceira o teu retrato,
    e não raro te encontro em meus sonhos,
    e por estar aconchegado em teus bracos,
    temo que qualquer dia desses
    eu não queira mais acordar."
    APAIXONANTE....

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  6. Consegui ouvir a melodia tocada nesta tarde de outono chuvosa e profana.
    Lindooooo!

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  7. Saudade do que não foi, não disse,, não fez??? Saudades de gente poeta....E dói....
    Como tudo que vc escreve....maravilhoso...invade a alma...
    Emilia Casas

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