NALDOVELHO
Há
em mim uma cidade
com
ruas e esquinas desertas,
becos
sombrios e friorentos,
jardins
tomados por eras e baobás.
Em
mim uma cidade se devora
nas
teias perversas do tempo,
na
demência de quem se flagela,
na
urgência de viver por um triz.
Há
em mim uma cidade partida
pelo
pai que negou amar seu filho,
por
um deus que deu um nó em nossas vidas,
muito
mais por isto do que por aquilo.
Em
mim uma cidade se questiona,
blasfema
contra quem vendeu sua fé,
rejeita
quem sorri, mas não se emociona,
e
não reconhece quem explora e diz ser feliz.
Há
em mim uma cidade entristecida,
pelas
escolhas recheadas de enganos,
pelas
portas maldosamente fechadas
por
pessoas que cultuam A PALAVRA errada.
Em
mim uma cidade agoniza
ao
ver vendilhões profanando templos,
ao
perceber o perigo de uma nova inquisição,
e
desta feita serão queimados os puros de coração!
Profunda abordagem poética!
ResponderExcluirPenso que por sermos muito sensitivos, nós os poetas temos responsabilidade aumentada.
Bravíssimo.
Primo Naldo: Amei teu poema que, como todos que são inspirados por tí, são impecáveis. Cheguei a identificar-me, mercê de meu nome (Cidade) e senti-me como um Cidade que está no fim, que (quase) agoniza... Um abração.
ResponderExcluirUm belo poema que diz muito de você como ser sensível!
ResponderExcluirE pior que nossa cidade do Rio de Janeiro também está assim horrível rs.rs.rs
Bjos e parabéns, Naldo
Maria Liundgren
FENOMENICO... DE UN TRABAJO INTENSO DE SOFROLOGIA ME ENCANTA AS CONTROVÉRSIAS DE ESTROFES Q MELÓDRAMATIZA O Q REAL JA VIVEMOS EN ERA ...MARAVILHOSO APESAR DE UNTANTO TENEBROSO,,FELICITACIONES ..
ResponderExcluirQue beleza, NaLDO!
ResponderExcluirQuerido poeta Naldo... esta cidade está na maioria de nós, só que nem todos, sequer a reconhecem, ou sabem que está lá... só os iluminados, os sensíveis a vêem antes de serem queimados pela inquisição... BRRRAVÔOOO... parabéns... beijos de VC
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