NALDOVELHO
Meu poema se
alimenta de lua cheia,
mas às vezes ela
esvazia,
vira minguante!
E aí, haja
ruas desertas,
sombras que eu
nem sabia que existiam,
janelas antes
entreabertas,
com medo padecem
trancadas,
não permitem que
brote a conversa
entre a menina
e o poeta,
entre o violão
e a paixão.
Meu poema se alimenta
de lua cheia,
de emaranhados
de fios feitiços,
de veneno, meio-fio,
arrepio,
tessituras,
bordados e teias,
seios lambuzados
de orvalho,
coxas molhadas
no cio,
beijos,
saliva, orgasmo...
E haja isordil para os meus versos!
Poemas que se
alimentam de lua cheia
costumam
maltratar o coração.
Meu poema se
alimenta de lua cheia,
de canto nostálgico
de sereia,
de águas revoltas
que movem moinhos,
de rosas
vermelhas infestadas de espinhos,
de cacos de
vidro espetados em meu umbigo,
de estranhos atalhos
trilhados faz tempo,
de coisas que
encontro ao viajar por dentro...
E haja
inquietude nos versos que eu proponho,
macerar
palavras fazedeiras de sonhos,
como quem macera o trigo para fazer o pão.
como quem macera o trigo para fazer o pão.
Verdade, amigo Naldo.
ResponderExcluirO poema sempre se alimenta dos sonhos da lua cheia, da utopia, da fantasia, do refúgio da alma por trás da pena.
Muito bom e intenso meu querido amigo Naldo. Parabéns sempre.
ResponderExcluirAbraços.