NALDOVELHO
Eu fiz uma viagem para dentro de mim
na esperança de saber qual seria o meu fim.
Encontrei uma caixa apinhada de delicadezas,
o antídoto para todas as minhas tristezas,
enredos alinhavados faz tempo,
madrugadas vadias passadas ao relento,
a possibilidade de revelar meus segredos,
a coragem de superar meus medos,
o carinho da mulher amada,
brisa macia, pele branca, suas sardas,
música suave, vinho tinto e rascante
e o seu: branco, doce, e inebriante.
Eu fiz uma viagem para dentro de mim,
mas por lá não consegui saber do meu fim.
Encontrei um emaranhado de descobertas,
clareiras, nascentes, densas florestas,
o significado da palavra liberdade,
a vontade de viver numa outra realidade,
a ventura de ter muito mais do que eu mereço,
muitas casas de passagem, muitos recomeços,
uma gaveta lotada de poemas saídos dos escombros,
uma oração, um terço, o aprendizado a cada tombo,
a certeza de que nada tenho que seja só meu,
a sabedoria dos loucos e a presença sagrada de Deus.
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