NALDOVELHO
Não deixe a porta aberta,
as ruas ainda estão desertas,
o dia não amanheceu por inteiro,
lençóis, preguiça, seu cheiro,
faz muito frio lá fora
e é quente o seu aconchego.
Não deixe a janela fechada,
tem sempre um ventinho travesso
querendo passear pelo quarto
e ele traz cheiro de mato,
possibilidade de mais um sonho,
pois ainda é cedo para recomeçar.
Não deixe fugir o pecado
das suas pernas enlaçadas
as minhas tremulas pernas,
de seu sorriso abusado,
da sua voz rouca em meus ouvidos,
sutilezas, sussurros, segredos.
Não deixe fugir o encanto
do café forte e melado,
dos cigarros compartilhados,
das manhãs friorentas de inverno,
da possibilidade de encarcerarmos o
tempo
e nunca mais sentirmos saudade.
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