NALDOVELHO
Quando eu chego dentro de mim
encontro um mundo de magia
e será sempre amanhecer de um novo
dia,
certa neblina tomando conta das
colinas,
um friozinho gostoso, relva molhada
de orvalho,
e na janela de uma casinha avarandada
o amor que eu não vivi me acena e
diz:
seja bem vindo meu poeta!
Quando eu chego lá nas funduras
escuto harmonias pontilhadas de sonhos
e o meu amor a desfiar uma toada
colhida em noites de espera,
madrugadas distantes de mim mesmo,
e ela fala da paixão que entre nós
acontece,
e eu me vejo colhendo luzes pelo
caminho
e me entrego a Deus na contrição de
uma prece.
Quando eu me aquieto dentro de mim,
me sinto encharcado de ternura,
esqueço a solidão e a clausura,
a insônia das noites escuras,
e me vejo semeando esperanças
no sorriso puro de uma criança,
macero palavras numa folha de papel
em branco
e escrevo um poema de amor.
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