quinta-feira, 12 de setembro de 2013

NO OCO DAQUELE MURO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   No oco daquele muro
   há um mundo estranho
   e dele só se apercebem
   os que se permitem ao sonho.
   Por lá uma velha feiticeira
   tece enredos pra lá de complexos
   e enquanto o faz desfia cantigas,
   e diz que assim lhe ensinou sua mãe.
   por lá um jardineiro maluco
   misturou lírios, azaleias e antúrios,
   e enquanto o fez, escreveu versos,
   elegias de amor e de dor.

   No oco daquele muro
   exuberante e intrincada paisagem
   de cores, odores, loucuras,
   de lua promíscua de amores,
   de raros cristais, ametistas,
   de ninfas devassas hermafroditas,
   de rios com águas revoltas,
   pássaros que com anjos conversam,
   poesia que floresce sem pressa
   e por lá uma serpente anda a solta,
   guardiã dos caminhos de ir e de vir.

   Num cantinho daquele muro,
   uma passagem para o oco do mundo
   e dela só se apercebem
   os que não temem navegar em seus sonhos
   e nos caminhos de ir e de vir.



4 comentários:

  1. Eu vivo no oco do mundo!

    Adorei meu querido Poeta!

    Parabéns!

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  2. Bravo!
    Não vivo no "oco do mundo, mas ouso ir e vir"!
    Abraços

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  3. Muito lindo o seu texto meu querido amigo, e como sempre, mesmo diante de toda beleza, gosto de destacar, o que mais me chamou a atenção"pássaros que com anjos conversam,
    poesia que floresce sem pressa". Divino. Forte abraço e feliz noite.

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  4. " e delas só se apercebem,
    os que não temem navegar em seus sonhos
    e no caminho de ir e vir."

    Identificação.
    Bravíssimo poeta!

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