NALDOVELHO
No oco daquele muro
há um mundo estranho
e dele só se apercebem
os que se permitem ao sonho.
Por lá uma velha feiticeira
tece enredos pra lá de complexos
e enquanto o faz desfia cantigas,
e diz que assim lhe ensinou sua
mãe.
por lá um jardineiro maluco
misturou lírios, azaleias e antúrios,
e enquanto o fez, escreveu versos,
elegias de amor e de dor.
No oco daquele muro
exuberante e intrincada paisagem
de cores, odores, loucuras,
de lua promíscua de amores,
de raros cristais, ametistas,
de ninfas devassas hermafroditas,
de rios com águas revoltas,
pássaros que com anjos conversam,
poesia que floresce sem pressa
e por lá uma serpente anda a
solta,
guardiã dos caminhos de ir e de vir.
Num cantinho daquele muro,
uma passagem para o oco do mundo
e dela só se apercebem
os que não temem navegar em seus
sonhos
e nos caminhos de ir e de vir.
Eu vivo no oco do mundo!
ResponderExcluirAdorei meu querido Poeta!
Parabéns!
Bravo!
ResponderExcluirNão vivo no "oco do mundo, mas ouso ir e vir"!
Abraços
Muito lindo o seu texto meu querido amigo, e como sempre, mesmo diante de toda beleza, gosto de destacar, o que mais me chamou a atenção"pássaros que com anjos conversam,
ResponderExcluirpoesia que floresce sem pressa". Divino. Forte abraço e feliz noite.
" e delas só se apercebem,
ResponderExcluiros que não temem navegar em seus sonhos
e no caminho de ir e vir."
Identificação.
Bravíssimo poeta!