quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DO LADO DE FORA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

   NALDOVELHO

   Olha o vulto na porta,
   sou eu batendo de novo,
   pedindo entrada, socorro.

   Olha o trinco emperrado
   e o eu de dentro não abre,
   e eu de fora não entro.

   É a porta trancada,
   já é tarde e estou preso
   do lado de fora

   No quintal lá de casa,
   o cachorro me avança
   e eu fico assustado.

   Noite adentro eu grito,
   quero entrar não consigo
   e eu não sei mais de nada.

   Mas eu não tenho escolha
   e também não escuto
   meu lamento, meu grito.

   E o eu de dentro em silêncio,
   e o eu de fora sedento,
   faz tempo ao relento.

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