Olha o vulto na porta,
sou eu batendo de novo,
pedindo entrada, socorro.
Olha o trinco emperrado
e o eu de dentro não abre,
e eu de fora não entro.
É a porta trancada,
já é tarde e estou preso
do lado de fora
No quintal lá de casa,
o cachorro me avança
e eu fico assustado.
Noite adentro eu grito,
quero entrar não consigo
e eu não sei mais de nada.
Mas eu não tenho escolha
e também não escuto
meu lamento, meu grito.
E o eu de dentro em silêncio,
e o eu de fora sedento,
faz tempo ao relento.
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