NALDOVELHO
Quando
a palavra que eu tenho virar pedra,
janelas
se fecharão sobre as tardes de outono,
luzes
expulsarão daqui os fantasmas,
que
abraçados aos escombros se exilarão no passado.
Quando
a palavra que eu tenho virar pedra,
não
cometerei mais a cantiga apaixonada
e
um silêncio nervoso terá tomará conta do poema,
pois
nem eu, mesmo, me lembrarei destes versos.
Quando
a palavra que eu tenho virar pedra,
anjos
e demônios comemorarão excitados,
o
triste desfecho de um enredo mal alinhavado
e
a dor sob uma lápide com o meu nome gravado.
Quando
a palavra que eu tenho virar pedra,
pássaros
amanhecerão estranhamente quietos,
os seus ninhos tristemente desertos,
e
o sacrílego, certamente, irá aplaudir!
Quando
a palavra que eu tenho virar pedra,
festejarei
a libertação dos meus sonhos,
e
embriagado com o vinho da loucura
viajarei
para bem longe de mim.
Verdadeiro poeta, límpido, completo.
ResponderExcluirQue poema!!!
Perfeito...apesar que me dá impressão de uma despedida...mas será gravado na memória de quem fica, a saudade de versos tão bem construídos.
ResponderExcluirComo sempre partes dos seu texto, me puxa mais a atenção e o final, foi intenso "Quando a palavra que eu tenho virar pedra,
festejarei a libertação dos meus sonhos,
e embriagado com o vinho da loucura
viajarei para bem longe de mim."...
Perfeito, sempre!
Um grande abraço amigo Naldo e feliz noite.
Que seus versos (palavras) demorem muito e muito virar pedra.
SUAS PALAVRAS JAMAIS VIRARÃO PEDRA , ELAS VÃO VIRAR SEMENTE E SEMPRE MA POEMA AQUI OUTRO ALI VAI APARECER E CRESCER , SE ESPALHAR , PARA NOS COMOVER, EMOCIONAR E LAVAR A NOSSA ALMA...MEU GRANDE POETA AMIGO: Naldo Velho....<3
ResponderExcluirMagal Rocha, sua eterna fã e admiradora...:)
A palavra dos POETAS pertencem a eternidade.
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