sábado, 3 de novembro de 2012

POR UMA OUTRA MARGEM DE RIO (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   Na margem direita de um rio,
   paisagem distorcida,
   muitas pedras, poucos sonhos,
   coisa árida, já sem vida
   e a estranha sensação
   da ameaça, da tocaia
   a espera de um cochilo,
   ou qualquer desatenção.

   Na margem esquerda muitas sombras,
   vegetação pobre e rasteira,
   um cheiro de coisas mortas
   e a estranha sensação
   de que o destino, este insano,
   destruiu a esperança
   e pôs a culpa na besta
   que nos habita o coração.

   Ao longe a cidade reclama
   por uma outra margem de rio...
   Uma, que nos traga o amanhecer. 

2 comentários:

  1. Em cada margem a sua tristeza, na cidade uma exigência, no final uma esperança e nos seus versos pura beleza.
    Adorei!

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  2. A terceira margem... onde habita a poesia e a santa insanidade de um louco Na
    Bardo, vidente..

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