Solitária nascente
gotejando sementes,
constrói o presente no
ventre de uma mulher.
Eu vejo um menino escalando
montanhas
e escrevendo com as mãos o
seu próprio destino;
braço de um rio sagra o seu
curso,
navegar, navegar, descobrir
o seu ninho,
aportar, lançar amarras...
Fazer do amor a razão dos
seus sonhos.
Filetes de pedra, mais
parecem espinhos,
cristalinas escarpas,
fronteiras em desalinho.
Poderosa enchente que a
tudo renova...
Adernar, naufragar, me
afogar em delírio,
descobrir que a dor
impulsiona o ser.
Desgovernado que seja,
alterar o meu curso,
ver o mar raivoso ser a foz
de um rio,
e uma velha embarcação
resistir ao açoite.
Eu vejo um menino,
sobrevivente dos tempos,
a escrever com as mãos o
seu próprio destino,
e na procura de um norte
desafiar a própria morte...
Suas mãos calejadas por
lutar contra a maré.
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