quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O QUE EU SEMPRE QUIS

    NALDOVELHO

    Eu escrevo um poema
    que nunca se acaba,
    pois por mais que eu desencrave
    palavras e versos,
    outros tantos latejam dentro de mim.

    Eu escrevo canções
    como quem cultiva sementes
    que espalham pela vida
    notas dissonantes,
    melodias instigantes,
    muitas vezes valsas,
    em outras, boleros,
    mas para ser sincero,
    eu gosto mesmo
    é de cantigas
    molhadas de azul,
    mas nem sei bem o porquê,
    às vezes me escapa um blues.

    Eu escrevo uma história
    que nunca se acaba
    e nela eu acredito
    que é possível ser feliz...
    Qualquer dia desses
    em algum lugar,
    de preferência ao seu lado,
    que é o que eu sempre quis.

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