domingo, 6 de dezembro de 2015

COISA ESQUISITA

    NALDOVELHO

    Coisa esquisita este meu tempo
    às vezes pleno de açodamentos,
    às vezes pachorrento demais,
    com dias de ventania
    e em outros, de calmaria,
    de caminhar em silêncio pela orla
    apesar da turbulência das águas,
    de aprender os segredos dos ventos
    apesar da dor dos meus desentranhamentos,
    de abrir mão dos sonhos de outrora
    apesar da poesia que eu posso agora.

    Coisa esquisita este meu tempo
    de solidão a acariciar minha alma,
    de proximidade da revelação dos mistérios
    e assim poder apaziguar meu espírito...
    Coisa esquisita é poder entardecer,
    olhar pela janela do meu quarto
    e não ter mais medo de Você.


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