NALDOVELHO
O silêncio de outrora, o mês de outubro,
um punhado de livros pelo chão espalhados,
palavras desconexas na garganta
engasgadas,
versos sem sentido, folhas de papel amassadas.
Uma xícara de café passado bem forte,
uma cigarrilha entre os dedos, vício
antigo,
a cidade entardece, já são quase seis horas
e ao olhar pela janela percebo as ruas
através de vidraças de suor e saudade,
águas incertas, nebulosidades.
No fim da minha rua uma estação,
por lá pessoas chegam ou partem,
nenhum gesto de adeus, nenhuma lágrima
e em suas bagagens encontros e
desencontros,
solidão, nostalgia, esperança, estiagem!
E o silêncio de outrora em meus ouvidos,
mês de outubro, tarde noite chuvosa,
e aqui em meu quarto, fantasmas...
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