NALDOVELHO
No dia que ela for embora,
a noite derramará lágrimas de
outono,
poemas de dor e abandono,
e inundará ruas da minha cidade
com lamentos que só ela saberia,
pois conhece todos os sonhos,
principalmente aqueles que por
medo
não ousamos sonhar.
No dia que ela for embora,
o ditador arrancará sua máscara,
mandará arrombar portas e janelas,
proibirá nos rostos o sorriso,
e dirá que assim será preciso,
para que possamos
um novo homem gerar.
No dia que ela for embora,
a palavra libertária será morta,
livros serão queimados na praça,
outros distribuídos de graça,
cortesia daqueles que se acham
no direito de determinar
o que podemos ou não ler.
No dia que ela for embora,
pensadores colocados em mordaças,
muitos encarcerados, malditos,
alguns poucos festejados,
benditos,
cortesia daqueles que se acham
no direito de determinar
em qual verdade podemos crer.
No dia que ela for embora,
só um jornal anunciará a sua partida
e todos serão convocados
para participar de uma terrível
festa,
pois dali em diante será o que
nos resta:
cortesia daqueles que nos proibirão
de sonhar.
"No dia que ela for embora,
ResponderExcluira noite derramará lágrimas de outono,
poemas de dor e abandono,
e inundará ruas da minha cidade
com lamentos que só ela saberia,
pois conhece todos os sonhos,
principalmente aqueles que por medo
não ousamos sonhar...
No dia em que ela for embora..."
É mais um dos seus lindos poemas e reflexões Naldo Velho, agradeço do
fundo do coração. muito obrigada! ♥
*Mari Meyer*
Excepcional poema! Pungente, permite várias leituras, reflexões. ___ Abraço, Kathleen
ResponderExcluirMaravilhoso.!!!Profundo...Meu Abraço poeta.
ResponderExcluirHeloisa Crosio
Oi, Naldo, mais um poema belíssimo de sua safra. Parabéns, meu poeta por tanta sensibilidade e poder de reflexão. Saudades de vc. Abração meu, Tanussi Cardoso
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