NALDOVELHO
Ouço o vento que acaricia as cortinas,
o
amanhecer que não demora desperta,
ainda
que aqui dentro
faça
morada o silêncio
das
palavras não ditas
e
da inquietude maldita
que
não me deixa dormir.
Ouço o barulho do papel
impiedosamente rasgado,
os
passos daqueles que vagam
pelas
noites friorentas de julho
e
o atritar insone das horas
no
coração do homem que insiste
em
permanecer encharcado por dentro.
Ouço o poema que sorrateiramente lhe aflora
em
versos que cicatrizam feridas,
testemunho
da ternura que existe
na
possibilidade de se construir um caminho
que
nos permita a singeleza de um abraço,
pois
é missão do poeta construir laços
que
possam suavizar nossos corações.
DEDICADO A POETA MARCIA MENDES NO DIA DO ESCRITOR
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