domingo, 30 de dezembro de 2018

ODOYÁ


    NALDOVELHO

    Eu vi uma menininha
    caminhava pela praia
    em direção aos rochedos
    e falava com as ondas do mar.
    Dizia ter título de realeza
    e que seu nome era Janaína,
    e que era a filha preferida
    de minha madrinha Iemanjá.

    Tinha olhos de profundezas
    e conversava com a lua,
    assim como nós conversamos
    com as pessoas em todo o lugar.
    E tinha o sorriso mais belo,
    voz de encantamento e carinho,
    em seus braços rosas brancas sem espinhos,
    e semeava amor pelos caminhos,
    como se quisesse nos ensinar.

    Oh menina princesa!
    Carrega para o fundo do mar
    meus medos e minhas tristezas,
    diz para a madrinha que eu sou um poeta,
    irremediavelmente apaixonado,
    e que gosto de colecionar ternuras,
    colares, conchinhas, pedrinhas,
    essências maturadas em sonhos,
    poemas alinhavados em delicadezas
    e assim desfaço as amarguras,
    próprias das noites escuras.

    Oh menina princesa!
    Diz para a sua mãe o meu nome
    e pede para me abençoar.
    Odoyá!

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