É
sempre o mesmo sonho.
Os
tempos são outros,
mas
o espírito é o mesmo
e
apesar do percurso,
sobrevive
em mim o poema.
É
sempre o mesmo amanhecer,
se
não é, parece!
E
ainda que eu não acredite mais
na
magia de um despertar,
a
emoção insiste em me assuntar.
É
sempre a mesma inquietude,
a
mesma solidão de outrora,
as
mesmas portas entreabertas,
as
mesmas janelas escancaradas,
a
mesma vontade de ir embora.
É
sempre o mesmo outono,
e
um trem que nunca passa na hora.
Às
vezes demora demais
e
eu não tenho paciência de esperar,
às
vezes passa antes de eu chegar.
É
sempre a mesma nostalgia,
vontade
de dizer Te amo,
ainda
que eu não saiba
como
pronunciar o Teu nome,
ou
se algum dia eu vou Te encontrar.
É
sempre o mesmo entardecer
encharcado
de suor e lágrima,
um Pai Nosso que estás no céu
aprisionado
em minha garganta...
Quem
sabe um dia eu aprendo a orar?
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